quinta-feira, 31 de maio de 2012

Mudando de assunto

No dia de aniversário de 1 ano da "tragédia" (termo que é utilizado como referência à grande chuva do dia 12 de janeiro de 2011), saindo do Haras encontrei uma moça fotografando a escola de Ponte Nova (que encontra-se NESSE ESTADO até hoje). Achei curioso e parei para conversar. Isabel estava muito emocionada e tinha sido diretora da escola e importante figura junto à comunidade, já que organizava a Associação de Pais da região. Deu aula para todos os filhos do Messias, que trabalha comigo no haras. Conhecia todos os moradores da região e sabia  o que tinha acontecido a cada um depois da grande chuva.

Desde a tragédia, ela tinha sido transferida para a Escola da Serra do Capim, que absorveu a maioria dos alunos de Ponte Nova. Conversamos durante um bom tempo e comecei a acompanhar um pouco do trabalho feito por ela.  Ontem, finalmente, fui encontrá-la e rapidamente, suprimindo o almoço de cada uma, fizemos um "tour" por três escolas da região. Vou aos poucos contando um pouco do que vi e senti em cada, e suas necessidades.

ESCOLA ALBINO T. DA ROCHA - Em Providência:
Funciona com 2 professoras e uma caseira. Uma das professoras é a própria Diretora da Escola, que é a Isabel. A Escola ficou fechada durante um tempo e reabriu esse ano (será por causa das eleições????). Tem 30 alunos do 1o ao 5o ano, duas salas de aula, um refeitório, um banheirinho feminino e um masculino para as crianças, uma "sala de audio-visual" (totalmente improvisada), um pequeno pátio na frente da escola, e uma área ao lado do que já foi um parquinho. Além disso, tem crianças super felizes, alguns livrinhos, alguns brinquedos, e uma limpeza incrível. Tudo arrumadíssimo, colorido, cuidado e uma horta super charmosa, chamada de "Hortaliça" (teve concurso para eleger esse nome), com canteiros feitos de garrafas pet, em formato de menina. 
"Hortaliça"




















Relógio da Ampla. Curtos frequentes










Nas salas, lâmpadas queimadas. No pátio, um relógio da AMPLA que entra em curto frequentemente. No pátio, telas de proteção em estado precário que oferecem perigo. Na sala de audiovisual, DVD e TV que funcionam mais-ou-menos. No parquinho, cadê os brinquedos que um dia foram ali colocados em mutirão pela comunidade? A prefeitura promete material para a comunidade fazer as obras, assim como lâmpadas, mas nunca se sabe quando...

A Escola foi construída em um terreno doado pelo Albino T. da Rocha, e muita gente do pequeno arredor é parente. Por isso, a escola é quase como se fosse a extensão da casa deles. De fato, me senti "em casa". Algumas crianças vêm de ônibus de mais longe (o mesmo ônibus que vai para Ponte Nova e volta e meia passa uma temporada na oficina). A chegada, obviamente, é de terra. Mas o acesso é bom, e não acontece do ônibus não conseguir subir a pequena ladeirinha. 

O pequeno pátio na frente da escola, de piso concretado com muitas irregularidades e algumas pequenas quinas (que volta e meia dão uma rasteira numa criança), é onde elas jogam bola. Mas o problema é que tem uma tela para "proteger" que não tem onde prender no chão, porque não tem um meio-fio. Então, as crianças podem cair na parte de baixo, e isso machuca! Também não tem uma telinha fina cobrindo, então de vez em quando a bola vai parar longe ou no carro de algum vizinho. Tem uma parte mais comprida e fina, de piso de terra, onde a Isabel pensa em arrumar um jogo de bocha. A área do parquinho está prontinha, aguardando os brinquedos. 



Ex-parquinho. Ou quem sabe, futuro parquinho?

Bocha












Isabel gostaria de recuperar os aparelhos de TV e DVD que foram parar em outra escola na confusão da tragédia, e até hoje não voltaram. E transformar a sala de paredes improvisadas em uma sala de verdade. E sua maior vontade, é que a escola tenha mais alunos e principalmente uma turminha de pré para garantir que a escola vai continuar funcionando, mesmo depois que as eleições passarem.



3 comentários:

  1. Paulinha,
    você sabe das coisas que faço, estou às ordens.....Existe também um projeto que usa garrafas pet para levantar paredes, quem sabe.

    Qualquer coisa estou aqui e vou até ai se precisar.
    bjs
    Tia Raquel

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  2. Obrigada, Tia Raquel. Quem sabe a gente não consegue organizar alguma coisa?
    bjs!

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  3. Obrigada por partilhar esta representação de força e de marra! Gente como a Isabel tem por aí, são poucas é verdade, mas dá uma esperança danada na gente!

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